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27 de fev. de 2014

Capítulo 1


1184, 66 anos após o início da Ordem dos Templários, a mesma vive seu auge, e, em nome do Papa Lúcio III, a Inquisição começa a caçar os hereges. Cavaleiros Templários comandam algumas Inquisições e caçam bruxos até então católicos. Esta violenta caçada obriga os bruxos a entrarem na clandestinidade.
A Ordem dos Templários e os Inquisidores aplacavam a humanidade na era medieval. E, por mais incrível que pareça, uma escola se destaca entre os agora clandestinos.

A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, fundada há quase 184 anos, já era uma instituição de ensino exemplar, com estudos mais avançados do que os estudos dos monges católicos e um inovador sistema de aulas práticas de magia. Porém, esta escola teve como principal destaque a sua proteção contra os não-bruxos, que era constituída de magias poderosas, que faziam os adversários se esquecerem do que estavam fazendo, ou não ver o castelo, e, por muitas vezes, formavam uma barreira mágica há quilômetros de distância em todas as direções. Barreira esta intransponível por quem não possui magia fluente. Magia inteligentemente imposta por professores e pelo diretor atual da escola, o ex-monge Templário Thor Edwin Van Der Gaterbrooks, que foi considerado, anos depois, como o maior bruxo do século XIII e, até meados do século XX, considerado o maior bruxo de todos os tempos depois de Merlim.

Gaterbrooks estava em seu escritório circular, com um grosso livro encapado em couro negro com o título em relevo dourado que dizia Segredo das Artes Mais Tenebrosas. Ao seu lado, pena e tinteiro descansavam após a escrita de mais um capítulo.

 – Como está? – Pergunta a alguém as suas costas.
 – Muito bom. Eu não sabia o porque do envenenamento ser imperceptível. – Disse, satisfeito, Henry Durmstrang de Molay. Deu a volta pela escrivaninha e se sentou na cadeira defronte Gaterbrooks, que havia pousado o livro e estava agora olhando-o com atenção.
– Eu acho que esse livro será um sucesso entre os magos das Artes das Trevas. Seremos famosos, Thor, e de uma forma que ninguém poderá dizer o contrário. -- Disse um Henry ambicioso, talentoso e com uma índole que pendia perigosamente para as Trevas. Tinha acabado de formar uma parceria pra construir uma escola como Hogwarts e estava sedento pela fama.
– Eu já sou famoso, Henry. – Riu-se Thor, olhando-o. – Sou diretor da mais respeitada instituição de ensino mágico da Europa. Sou mais famoso que a nossa amiga Aneeliese. Ela odeia isso com todas as forças... Acho que chega a ser mais ambiciosa que você...
– Eu duvido, Thor. Tanto do fato de você ser mais famoso quanto ela ser mais ambiciosa que eu... Ninguém pode ser mais ambicioso que eu. – E, ironicamente, escreve na primeira página do livro O Segredo das Artes Mais Tenebrosas: Este livro é uma obra de Henry Durmstrang de Molay.
– Enfim, vamos terminar por hoje e visitá-la. Ela ainda está no Monastério com aquele namoradinho dela... – E, com uma risada rouca, Gaterbrooks fechou o livro e olhou para os poucos quadros que estavam às suas costas, incluindo os quadros dos quatro fundadores.

Enquanto isso, num castelo distante ao sul da França, uma jovem mulher de cabelos louro platinados estava abraçada com um homem também jovem, musculoso e moreno, tão diferente da pequena frágil e pálida que segurava em seus braços, que o olhava com uma expressão de voraz admiração. Aneeliese Bourbon Beauxbaton sorria maliciosamente e o olhava penetrantemente. Beijaram-se com tal ferocidade que pareciam querer comer a cabeça do outro.

Porém, ouviu-se dois pequenos estalidos e os jovens Gaterbrooks e Durmstrang aparataram diante da cena. Gaterbrooks olhou os dois com uma mistura de asco e raiva, dizendo friamente:

– Olá, Aneeliese... E Andrey Hoockwood Heavenlock. Estamos atrapalhando alguma coisa? – Completou, quando viu os dois se separando com expressões de aturdimento.

Durmstrang sorria ao ouvir a voz fria de Gaterbrooks e olhar para o casal defronte. Apenas acenou para os dois, com uma expressão de divertimento na face. Aneeliese, que logo mudou a expressão facial de aturdida para desagradavelmente surpresa, olhou para o namorado, pedindo em silêncio para que saísse. O mesmo acatou o pedido e saiu sem falar. Após fechar a porta, não mais parecendo a garotinha frágil e carinhosa, rugiu:

– QUE DIABOS VOCÊ QUER AQUI, GATERBROOKS? NÃO VIU O QUE ESTAVA ACONTECENDO, SEU ANIMAL? – Os cabelos se agitavam como se uma brisa passasse por eles, embora estivessem num quarto fechado. As narinas da jovem se alargaram e seu rosto ficou levemente corado. Cruzou os braços, e seu olhar de fúria se fixou de tal modo em Gaterbrooks que qualquer outro teria recuado, mesmo sendo uma mulher de aspecto tão frágil a dá-lo. Parecia outra pessoa.

Gaterbrooks sustentou o olhar calmamente e exibiu um leve sorriso ao responder:

 – Sempre a mesma irritadinha... Viemos aqui para te contar as novidades do mundo lá fora, uma vez que você não pode sair sem ser percebida por centenas de idiotas...Mas, se prefere continuar com o bonitão que está escutando atrás da porta – Gaterbrooks empunhou a varinha e, com um displicente aceno, fez a porta do quarto se abrir, e Andrey cair de cara no chão – Não faço objeção alguma. Vou embora e continuarei a escrever em Hogwarts. Decida-se, Beauxbaton.

Aneeliese olhou para Gaterbrooks, quase o odiando por fazê-la escolher. Por fim, se virou para Andrey e pediu para que saísse. O mesmo, um tanto constrangido, acatou mais uma vez o pedido, olhando rancoroso para a varinha na mão do bruxo. 

– Diga! – Disse, bufando impacientemente, visivelmente irritada. Sentou-se na cama e apontou para um sofá puído que havia à sua frente. Henry e Thor se sentaram, e o primeiro foi quem começou a falar:
 – Bem, as coisas lá em Roma estão críticas. Dezenas de bruxos foram capturados e tiveram suas varinhas dilaceradas, e foram cruelmente mortos. Dentre eles, estavam o Conde de Marselha Pierre Delamare Bourbon e a Condessa Anemerrè Nonquan Beauxbaton. O Pequeno Pietro está vivo, mas terá de ter os cuidados da irmã. Acho que pode fazer isso por ele, não é? – Falou Durmstrang com uma certa amargura na voz.

Aneeliese apenas olhou por um segundo os dois antes de cair na cama com os olhos virados para dentro, inconsciente. Thor se virou para Durmstrang e falou calmamente:

 – Eu disse a você que tinha que falar dos outros primeiro... – e, revirando os olhos para cima, se levantou, com a varinha em mãos, e apontou para a jovem desmaiada. Um jato de luz vermelha a atingiu no peito e ela acordou na mesma hora, suando.
 –M-meus pais... – engrolou, as lágrimas caindo profusamente de seu belo rosto e, brilhando, percorrendo suas bochechas. Neste momento, os três ouviram um barulho terrível e viram a porta ser arrombada e vários guerreiros empunhando espadas. No mesmo instante, Thor e Henry apontam as varinhas para os 15 homens que adentravam no quarto.

Neste momento os três bruxos se levantaram com a varinha em punho. 2 cavaleiros se postaram na janela atrás da cama e 3 ficaram na porta, enquanto os outros 10 corriam brandindo furiosamente suas espadas na direção dos três. Henry, com um só feitiço, derrubou metade deles, e a outra metade recuou, gritando algo parecido com “Arma Secreta”.

– Thor, pegue Aneeliese e a leve para meu castelo. Leve-a para Pietro. Eu cuido dessa arma secreta deles. – Disse Henry sorrindo maldosamente.

Thor, sem mais delongas, pegou-a pelo braço e desaparatou, ao mesmo tempo em que um homem muito alto e magro emergia do portal cercado de cavaleiros. O sorriso de Henry se desfez ao ver a varinha que o homem carregava nas mãos algemadas. Ouviu-se um estampido e o homem abriu os olhos, vidrados, brancos e sem vida. Sem nem sequer saber quem o acordou, Henry foi arremessado para trás, com um enorme corte no rosto, após um feitiço do homem marionete. A Varinha da Varinhas cortou novamente o ar, mas o feitiço foi repelido com extrema velocidade, e uma azaração fora lançada no bruxo imóvel, que mal se mexeu ao ter sua face brutalmente desfigurada. Nem ao menos sangrava. Henry, assustado, se levantou de um salto e impediu que um jorro de luz vermelha o atingisse. Soltando feitiços para os cavaleiros que guardavam a janela e quebrando o vidro da mesma ao se lançar nela, desaparatando em meio ao ar poluído das ruas de Paris.