À
medida que Andrey avançava, seus seguidores tiravam seus capuzes E mostravam os
rostos brancos sem vida, os olhos brancos, cegos e toldados, como teias de
aranha. Quatro inferi estavam seguindo um Andrey muito diferente do normal,
carinhoso e bondoso. Todos apontavam para ela. Seu coração acelerava cada vez
mais, a mão trêmula segurando a frágil varinha, incapaz de se mexer, tal o
choque da repentina aparição.
– Assustada por me ver, meu amor? – Perguntou
cinicamente para Aneeliese, e um sorriso particularmente sem alegria crispou
sua boca agora roxa. Ele avançava cada vez mais, e seus seguidores começaram a
fazer o mesmo, chegando em frente à Aneeliese, formando um círculo, fechando-a. – Não quer mais a companhia do seu namorado?
– Meu namorado não é você! Você não é nem a
sombra do que ele foi! – Gritou a garota, impressionantemente alto, para o
homem à sua frente. Logo após, cuspiu em sua face ao mesmo tempo em que, com a
varinha erguida, rugia – INCENDIO!!!!
Um
grande anel de fogo circundou todos os 6 e fez os seguidores de Andrey se
desesperarem, sem ousar chegar perto do calor e da luz do anel de fogo,
desorientados, largaram as varinhas e se dirigiram para uma saída recém-aberta,
agradecidos. Mal a saída tinha sido feita, o fogo se rompeu e se extinguiu. No
lugar dele, um enorme lagarto, semelhante a um crocodilo, ameaçou um ataque a
Aneeliese, que se desviou e o transformou em pó. Andrey já levantava a varinha
novamente quando a garota, no chão, apontou para o céu, berrando “Accio
espada!” e vendo uma grande espada de ferro fundido passar à centímetros da
cabeça de seu ex e cravar-se no chão ao seu lado. Olhando da espada para
Aneeliese, Andrey soltou um berro de fúria e avançou, berrando feitiços dos
mais variados. A pequena nada podia fazer senão esquivar e se defender, incapaz
de contra atacar. Eis que, depois de um gesto complicado da varinha do bruxo,
um frio anormal tomou conta do ambiente. Lembranças dos corpos de seus pais no
caixão fizeram Aneeliese cair ao chão, encolhida.
Enquanto
isso, em Hogwarts, o duplo de Thor duelava com Gamp, sem muito esforço, mas
resolvendo não atacar. Jatos de luz de variadas cores perpassavam perto de seu
corpo, incapazes de atingi-lo. Os dois pareciam estar se divertindo, e, embora
fosse um duelo disputado, ambos sorriam. De repente, incomodado por uma
estranha dor no braço direito, Gregory fez seu sorriso se tornar um esgar de
desagrado – Alguma coisa saíra aquém do plano estabelecido. Olhando do braço
para Gaterbrooks, resolveu que era hora de resolver de uma vez por todas a
questão levantada.
Em
um único lampejo intenso, metade da passarela de duelo explodiu e a sala
chocalhou cada vez mais com tamanha potência dos feitiços de ambos. Um jato de
luz violeta passou a centímetros de Thor, forçando-o a pular para o lado oposto
e perder o Gamp de vista, o que foi suficiente para desarmá-lo.
Neste
mesmo tempo, na ilha distante à noroeste da Europa, As trevas já haviam tomado
completamente o local, deixando-o na mais absoluta escuridão, exceto por alguns
lampejos de luzes coloridas em seu centro absoluto. Henry se deslocava como se
conhecesse cada centímetro do local, como se estivesse iluminado. Seus
adversários, porém, tiveram menos sorte com o reconhecimento do local de
batalha, embora também estivessem à vontade no local.
– Você sabe que eu nasci aqui, não é, Slytherin?
Como ousa invadir o local de descanso de meus antepassados? Pisar na terra
sagrada onde o sangue deles foi derramado pelo mesmo grupo que lhe oferece
bens? Sabes que aqui também será seu túmulo, não!?
– Não se faça de capaz, Durmstrang. Sei que
tenho tanto poder quanto você. Tens certeza de que serei eu a descansar junto
aos seus parentes? Eu tenho uma crença diferente... E que vai conhecer agora! –
E, com um aceno de varinha, uma ofuscante luz branca vinda do céu, cheia de
ramificações, como um raio, cai à milímetros de onde estava Henry. Quase ao
mesmo tempo, o chão fendeu e se abriu, mostrado a lava em seu fundo.
Aproveitando-as, Slytherin as jogou em cima de Durmstrang, que apenas se
desviou a transformou a onda de magma em uma de ferro retorcido e escuro, que
voltou mansamente e tapou o buraco que havia sido aberto. Mal a cratera fora
tapada, os comparsas de Slytherin avançaram, lançando feitiços atrás de
feitiços, ao que Henry não conseguia deter todos e se viu obrigado a apelar
para as táticas que estava evitando, gritando:
– Diamond Clipeum! – No mesmo instante, uma
enorme barreira transparente, porém grossa, se ergueu do chão, protegendo-o de
todo e qualquer feitiço, ricocheteando-os para todas as direções possíveis.
Impressionados, os três bruxos aliados de Slytherin recuaram, sendo mortos pelo
próprio aliado com um único feitiço que lhes deram cortes fundos nas gargantas.
– Vocês me servem melhor mortos mesmo... É o que
sempre disse à Ordem.
Toryn
Slytherin, o famoso herdeiro de Salazar, conhecido por sua queda pelas Artes
das Trevas e por ser um mercenário de trouxas Inquisidores, trabalhava agora
com a organização que odiava. "Tudo pelo dinheiro", disse ao se encontrar
com o Grão Mestre da Ordem dos Templários para chefiar um grupo de caça aos
monges fugitivos. E agora Slytherin estava sozinho contra seu
velho inimigo, Henry Durmstrang, pessoa que sempre odiou por ter uma
genialidade para as Artes das Trevas inigualável. Ele sabia que Durmstrang
estava escrevendo um livro, e era de conhecimento, graças ao seu informante em
Hogwarts, que este livro era bem mais perigoso que qualquer outra coisa já
realizada. Vários jorros de luz paravam na parede transparente como se fossem
feixes decorativos batendo num espelho. Furioso, Toryn golpeia o ar com
brutalidade e um feixe denteado de luz roxa quebra a barreira, surpreendendo
Henry. Enfurecido, Henry dispara jorros de luz de variadas cores também, que
colidem com os feitiços de Toryn e explodem no centro absoluto entre eles,
formando uma enorme cratera no chão. De repente, ambos param, e Toryn sorri,
quase triunfante.
– Chegou a hora de usar minha arma secreta...
Agora vai entender porque eu preferi aqueles inúteis mortos. – Ele revirou os
olhos, com um sorriso demente no rosto e apontou a varinha para o chão,
berrando – METAMORTIS ERECTO!
No
mesmo instante, os comparsas de Slytherin se levantaram, com os olhos brancos e
toldados, e não foram só eles que levantaram. Várias mãos saiam da terra,
inclusive uma que segurou Henry pelo pé e, ao levantar, guindou-o de cabeça
para baixo. Quase perdendo a varinha, Henry olhou para o medonho esqueleto de
um mestiço de homem e gigante. Três metros de altura, ossos extremamente largos
e alguns ligamentos ainda visíveis no esqueleto, ele ergueu Durmstrang à altura
dos orifícios do crânio onde deveriam estar os olhos.
Incrivelmente,
Henry sorriu. Com um simples aceno de varinha, o esqueleto se desfez e ele caiu
de pé no chão, apontando a varinha pros inúmeros mortos que o circundava,
sorrindo calmamente. Sem entender, seu adversário o olhou quase descrente.
– Você não vai sair dessa, Henry! Veja o
exército que tenho em meu poder! – Toryn ria-se abertamente diante de Henry,
que apenas contemplava-o calmamente. Não gostando dessa calma, Slytherin urra
para seus mortos “ATAQUEM!”.
– Acho que os Slytherin nunca aprendem com os
erros? Seu irmão me fez a mesma coisa... E ele está enterrado aqui. E agora
você vai entender o porque dele ter morrido aqui com o mesmo exército que você
conjurou. – Enquanto falava, Henry erguia a varinha ameaçadoramente – Agora
vais conhecer o meu feitiço mais prodigioso e que certamente nenhum outro bruxo
jamais vai ousar usa-lo. CALVARIAE ERECTUS!!!
Não
só um exército, mas um cemitério inteiro se ergueu junto com os mortos; duas
catedrais, vários mausoléus, túmulos a perder de vista na vasta ilha
abandonada. De todos os lados visíveis haviam mortos andando na direção de
Henry, alguns apenas esqueletos, outros em prematura fase de decomposição.
Todos de braços erguidos e punhos fechados, os que ainda tinham rostos abriam
um sorriso debochado, alguns sem dentes.Todos pararam formando um círculo bem
atrás de Henry, que também havia arrebanhado os mortos que tinham sido chamados
por Toryn. O homem ficou extremamente assustado com as construções subindo à
tona e se erguendo, gigantescas e intocadas, mas de aspecto abandonado e
sombrio, em todos os lados. Para o, se é que fosse possível, seu maior terror,
Henry ordenou “MATEM-NO!” e centenas de braços o engolfaram e o sufocaram.
Depois de alguns minutos berrando feitiços aos mortos, Toryn se rendeu aos
números, e nada pôde fazer senão escolher pela morte. Os mortos acabaram com o
último homem com Slytherin no nome, extinguindo, assim, este nome. A risada de
Henry foi demente, desprovida de qualquer alegria, uma risada maligna, e,
olhando para um cadáver, mandou-o se aproximar. Lá estava Reagan Slytherin,
irmão mais velho de Toryn, em avançado estado de decomposição.
– Leve seu irmão para próximo de seu túmulo, ele
ainda me será útil. – Com um aceno de cabeça, o morto se virou e pegou o corpo
do irmão pela cintura, erguendo-o e levando nos ombros para seu túmulo. Todos
os mortos foram se recolhendo também, assim como o cemitério mergulhava na
terra fofa da ilha.
Bem
distante dali, na França, Aneeliese sofria com suas lembranças reprimidas, como
se nunca mais fosse feliz. Caída no chão, segurava com força a cabeça e, quando
teve coragem, olhou pra cima e deu um grito sufocado ao ver o ser que se
aproximava dela. Parecia ter 3 metros de altura e flutuava a uns 30 centímetros
do chão, as mãos e braços pútridos e cheios de feridas, o rosto escondido por
um capuz e suas vestes rodopiavam pelo corpo esquelético, esfarrapadas e
encardidas. Aquele era o primeiro dementador que Aneeliese via na sua frente.
Já ouvira sobre eles por causa de Henry e Thor, mas achava que era uma lenda
idiota que eles inventaram pra causar terror na população. Eles haviam dito
como se proteger de um também, mas ela não lembrava o feitiço... A desesperança
estava cada vez maior, e Aneeliese estava quase entregando os pontos quando o
dementador agarrou-a pelo pescoço e puxou o capuz com a mão livre, mostrando um
rosto sem olhos, com uma única fenda onde deveria ser a boca, que se escancarou
e mostrou dentes pontiagudos. Neste momento, do rombo feito da janela, um
clarão prateado irrompeu, tomando a forma de um coelho e indo a direção do
dementador, que recuou e se fundiu com as sombras. O coelho deu uma volta
completa pelo quarto e desapareceu aos pés do seu dono.
Ali
parado se encontrava nada menos que Elliot, tetraneto do maior mago de todos os
tempos, Merlim. Ele avançou deliberadamente na direção de Andrey, atirando
feitiços no mesmo como se fossem balas de canhão, enquanto ele, atônito, mal
conseguia se defender. Percebendo a subida virada na realidade da batalha,
Aneeliese se sente revigorada e inicia ao lado de Elliot um ataque fulminante à
seu ex-namorado. A fúria era perceptível nos olhos claros da moça, e sua mão
agitava o ar juntamente com a força dos seus feitiços que, unidos com os de seu
novo aliado, faziam de Andrey apenas pó.
Depois
de Andrey ser eliminado, Aneeliese se senta, enxugando o suor da testa com a
manga das vestes, ainda pálida pelo que acontecera com o dementador. Elliot se
sentou ao seu lado e lhe ofereceu um pedaço de um doce marrom, que Aneeliese
nunca vira nem provara nada igual, e que viria a ser conhecido séculos depois
como o doce mais viciante conhecido pelo homem: o chocolate. Agradecida com tal
gesto, ela devorou o doce com entusiasmo enquanto o outro apenas assistia com
um ar de divertimento. Quando a moça acabou, se virou para ele, curiosa, e
desatou a falar:
– Como chegou até aqui? Como soube que eu estava
em perigo? Quem é você? Que doce é esse que me deu? O que diabos você fez para
espantar aquele dementador e...
No
mesmo momento, Elliot se levantou e ergueu a mão, silenciando-a como por
mágica.
– Eu cheguei até aqui por magia e por um pedido
de Thor, um amigo de velha data. Eu sou Elliot LeFay, tetraneto de Merlin e de
Morgana, os magos mais poderosos de que já se tiveram notícias. O doce que te
dei se chama chocolate, e é um ótimo revitalizador. A magia que invoquei se
chama Patrono, em homenagem à meu tetravô, Patrono da Magia, como dizem os
britânicos da Nova Ordem dos Magos Medievais. Depois te ensino isso e mais
coisas sobre a Nobre Arte da Magia Defensiva.
Impressionada
com as palavras do jovem que parecia ser pouco mais velho que ela, e estava
usando vestes verde-esmeralda e prata, na qual Aneeliese logo reparou o símbolo
de Salazar Slytherin. Sabia que a família de Merlin estuda lá desde que o mesmo
foi inscrito, sendo um dos primeiros alunos da casa de Salazar. A moça se
levantou também e o abraçou em agradecimento. Aturdido, Elliot retribuiu o
abraço.
Milhares
de quilômetros dali, Thor desencadeava sua luta magistral contra o mais velho
herdeiro vivo de Godric Gryffindor, Alexsander Gryffindor Von Kirsten. O homem,
de aproximadamente 2 metros de altura, bastante musculoso - embora as vestes
pudessem esconder parte de seu corpo, as mangas estavam perigosamente
tencionadas, quase rasgando – tinha cabelos e barba brancos, e devia sua
musculatura avantajada por ter sido criado por um grupo de Bárbaros que, à
época, lutavam nas Cruzadas. Mesmo assim, aprendeu magia com seus antepassados,
inclusive o próprio Godric, que lhe deu sua primeira varinha. Alexsander unia sua
força física com seus conhecimentos mágicos, tornando-se praticamente
invulnerável. Mas Thor conhecia sua única fraqueza, e sabia como usá-la.
Quando
Thor percebeu quem era seu adversário, sorriu de canto, confiante, e começou a
derrubar os aliados do mesmo, um a um, apenas acenando a varinha, sem dizer uma
só palavra. Todos os subordinados de Alexsander caíram mortos, mas ele apenas
sorriu, olhando seu adversário nos olhos. Quando Thor fez menção de apontar a
varinha para ele, ao invés de atacar teve de se defender do feitiço
extraordinariamente rápido que Alexsander fez. Começara ali o maior embate da
história da Suíça, um duelo que seria lembrado até o duelo de Grindelwald e
Dumbledore, e, posteriormente, o duelo entre Voldemort e Potter.
Os
jorros de luz sempre se encontravam, e as explosões conseqüentes eram cada vez
mais destrutivas. Por vezes, jorros de luzes verdes e vermelhas faziam o vale
inteiro se iluminar, e o castelo brilhar sombriamente por trás de Thor, que se
movia com incrível velocidade, mas não parecia ser páreo para Alexsander, que
se mantinha parado e sorrindo, sem mover nada a não ser a mão da varinha.
Enquanto
isso, em Hogwarts, a Horcrux desviava-se dos feitiços de Gregory, que avançava
sorrindo, até que o diretor se vira encurralado, ofegante, mas sorrindo.
– Muito bem, meu caro rapaz... Pode acabar
comigo. – Thor sorria calmamente, ainda ofegante.
– O que foi, Gaterbrooks? Cansou-se? – Com um
aceno da varinha, Thor fora desarmado, e recuara vencido. Um último relance
para o espelho e um sorriso se espalhou, e a maldição do seu adversário
atingiu-o no peito. O fragmento de alma voltou para o espelho e lá ficou, para
a extrema curiosidade de Gamp, que resolveu tocar no mesmo. Ao notar que
conseguira, o triunfo enchera a face magra do rapaz por um breve segundo, logo
depois reparou que sua mão estava escurecendo, vítima de uma maldição que o
Thor verdadeiro criara com ajuda de Henry. Aos poucos, Gamp se decompunha, e o
mesmo, desesperado, correu para a sala dos professores, onde o professor de
poções à época, Orion Despard, conseguiu executar um contra-feitiço temporário,
mas que custaria o braço de Gregory.
Depois
da derrota de sua Horcrux, o poder que gastara com o corpo dela já estava sendo
utilizado no duelo, o que o equiparou. Agora ambos não se moviam. Mas, alguns
momentos depois, ambos começaram a aparatar e desaparatar, tentando se
atingirem pelas costas. Agora os feitiços se chocavam com menor freqüência, mas
as explosões resultantes sacudiam os vidros das janelas do castelo. A violência
do duelo era tal que, quando ambos pararam de aparatar, o chão esquentou e
fendeu, formando uma pequena cratera no centro absoluto entre ambos. O ar ao
redor também esquentou e estava revolto, formando pequenos tornados. O céu
escurecera e raios contornavam as nuvens negras, produzindo um efeito
hipnotizante e, ao mesmo tempo, aterrorizador. Ambos estavam se empenhando ao
máximo, mas, em um momento, Thor fora atingido, cambaleando para trás, o peito
chamuscando e sangrando. Alexsander riu, e sua risada ecoou no vale como
gralhas a serem assustadas. A risada, porém, durou pouco, pois Thor se
recompusera e, com um último aceno de varinha, fez Gryffindor voar para a ponta
leste do vale, sendo encravado em uma pedra afiada na entrada de uma caverna na
maior das montanhas que cobriam o vale suíço. Thor, unindo todas suas forças,
se concentrou em ir ao sul da França, desaparatando.